O capacitismo é um preconceito que afeta a qualquer pessoa que apresenta uma deficiência, seja ela física, intelectual ou sensorial e contribui para privar os direitos e a dignidade humana das pessoas com deficiência, perpetuando desigualdades e injustiças sociais, e contribuindo diretamente para a exclusão social.

Esse tipo de preconceito é expresso por meio de atitudes negativas e depreciativas, e de comportamentos hostis e discriminatórios. Também pode ser manifestar sob formas que, a princípio, podem parecer positivas, como: a superproteção, a piedade e elogios exagerados voltados a essas pessoas.

O capacitismo busca atingir a "capacidade" do indivíduo e está diretamente associado com a ideia normativa do "corpo ideal" e dos padrões estabelecidos pela sociedade. Assim, ao ser capacitista, o indivíduo retira das pessoas com deficiência (PcD) a sua capacidade e aptidão de realizar tarefas e alcançar a independência, em virtude de sua deficiência.

Outro ponto importante é que esse preconceito se manifesta, principalmente, de maneira velada, e pode ser confundido com elogios e palavras que reforcem conceitos como superação e adaptação. Essas atitudes camuflam a discriminação e tornam difícil a propagação de seu significado, o que faz com que ele se torne cada vez mais estrutural e inconsciente. 

Esse cenário reflete a falta de preparação, informação e propagação sobre o assunto na sociedade brasileira, consequência da forma como as pessoas com deficiência, e as próprias deficiências, são encaradas no país. Enraizado na sociedade, esse tipo de discriminação impede a inclusão e a diversidade das pessoas com deficiência.


Atitudes capacitistas

O capacitismo pode ser manifestado de diversas formas, seja por meio de palavras, expressões, "brincadeiras" ou ações. 

Alguns termos são, inclusive, bastante utilizados no cotidiano da maioria das pessoas, que, por falta de conhecimento, nem imaginam que se tratam de termos preconceituosos. 

Expressões

Alguns exemplos de termos considerados capacitistas, que estão naturalizados na sociedade e precisam ser superados, como: chamar alguém de "deficiente", "aleijado", e "mongol". 

Existem ainda provérbios e expressões populares que reproduzem e mantêm vivas as representações capacitistas. Alguns exemplos são:

- "Dar uma de João sem braço";

- “Que mancada!";

Atenção: É importante notar que se referir a uma PcD com o termo "portadora de deficiência" também é considerado capacitista e inadequado.

Formas de combater

O combate deve envolver, sobretudo, a produção e disseminação de informações que contribuam para mudar as representações da deficiência como algo negativo. Além da promoção de espaços e contextos de socialização, que possibilitem a interação entre pessoas com e sem deficiência.

O governo também tem papel fundamental de estabelecer normas, leis e ações que expressem o apoio institucional da sociedade, escolas e empresas, buscando assegurar a inclusão de pessoas com deficiência.


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